domingo, 10 de novembro de 2013

Olho vivo especial: Contra o superavit primário

Entendendo o superávit primário
O gráfico acima permite visualizar muito claramente que quase metade (47,19%) do orçamento da União é destinado a Juros e Amortizações da Dívida, enquanto que 3,9% desses recuros são destinados a saúde e 3,18% a educação. A luta que nos une é para reverter essa balança: menos dinheiro para banqueiros e mais para saúde e educação.

Como se sabe, o superávit primário é o dinheiro que o governo economiza para pagar os juros da dívida pública. Segundo dados do próprio governo, o
superávit primário de 2012 é de R$ 139,8 bi. Isto é mais que o dobro do orçamento do Ministério da Educação de 2011, que foi de R$ 69 bi. A realocação de apenas 0,5% do superávit primário já liberaria R$22,5 bi. Esse valor seria mais do que suficiente para reestruturar as carreiras do executivo, em direção da isonomia. Só para se ter uma idéia, o reajuste pleiteado por autoridades e servidores públicos do Legislativo e do Judiciário no ano passado tinha um impacto de R$9,9 bi, e estas categorias são a "elite" do funcionalismo.
A valorização do serviço público como superação da crise

Em períodos de crise, o Governo deve aumentar os gastos públicos, e não cortar. A solução brasileira deve ser inversa a solução grega, que já se demonstrou errada. Além de reduzir a taxa básica de juros, que já foi correta, o governo precisa ser mais ousado. Precisa reduzir substancialmente o superávit primário e realocar recursos hoje destinados ao pagamento dos juros da dívida pública para investimentos públicos e atendimento das demandas sociais. Nesse esforço, deve estar incluído a valorização salarial dos servidores públicos, começando por aqueles que trabalham no atendimento direto da população, que são os mais desvalorizados. Dentro desse grupo, estão os trabalhadores da Universidade, que é a categoria menos valorizada. Não adianta dizer que educação é importante e não valorizar quem trabalha com educação. Estamos afirmando que a solução para a crise passa pela valorização do trabalhador do serviço público.

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